O Atlético venceu no domingo a equipa das Perolivas por 2-0 em jogo a contar para a nona jornada da Divisão de Elite de Évora. Mais de 25 anos depois do último jogo oficial entre o Atlético Sport Clube e a Sociedade União Perolivense, era grande a expectativa dos adeptos das duas formações para assistirem a um jogo em que os clubes estão afastados geograficamente apenas por três quilómetros. Além do fator proximidade, este jogo marcou também o reencontro entre vários atletas, pois alguns representaram na época passada as cores da equipa de Reguengos de Monsaraz e atualmente jogam no Perolivense.
Outro apelativo para este encontro prendia-se com o facto da equipa das Perolivas nunca ter vencido o Atlético em jogos oficiais, um aliciante extra para os jogadores da casa que tentavam fazer história, enquanto do lado dos forasteiros havia a obrigação de manter a “tradição” e de não ficar na história pelos piores motivos. Foi com base nestes elementos que quase meio milhar de espectadores estiveram presente no campo José Sereto, numa tarde fria em que o sol espreitou timidamente.
O jogo iniciou-se pautado pelo equilíbrio com os primeiros minutos do desafio a servirem para as equipas se estudarem mutuamente. O Atlético apresentou-se fiel ao seu sistema de jogo com uma única alteração no onze inicial, a entrada do avançado Rui Pereira para o lugar do lesionado Octávio. A equipa da casa apresentou-se organizada e combativa com o claro objetivo de jogar em ataques rápidos, tentando explorar as costas da defensiva reguenguense através de diagonais dos extremos Marvin e Cambim.
Neste dérbi apresentaram-se, claramente, duas filosofias distintas de estilo de jogo. De um lado uma equipa que privilegia a manutenção da posse de bola, o Atlético, e do outro uma equipa que procura transições rápidas quando recupera a bola. Foi nestes pressupostos que a primeira parte se desenrolou, com a exceção dos primeiros 15 minutos de equilíbrio. O Atlético foi começando a tomar conta do jogo dando velocidade ao encontro com rápidas trocas de bola e boas combinações pela ala direita do seu ataque. Foi por isso sem surpresa, que ainda antes da meia hora de jogo e depois de um boa jogada do ataque reguenguense, o avançado Rui Pereira foi carregado em falta dentro da área perolivense. Penalty que o médio Jorge Balixa se encarregou de bater, permitindo uma excelente intervenção do guardião brasileiro Rafael. Apesar do domínio territorial da equipa reguenguense as equipas foram para o descanso com um empate a zero.
Se a primeira parte tinha sido de maior domínio do Atlético com a SUP apenas a incomodar em alguns livres perigosos, a segunda metade foi ainda de maior domínio para os forasteiros e para isso muito contribuiu o golo de Belarmino Tavares logo nos minutos iniciais do reatamento da partida. Aos 48 minutos no seguimento de um excelente trabalho e cruzamento de Rui Pereira do lado direito do ataque, ao segundo poste o médio Tavares surge nas costas do lateral Miguel Cebola a cabecear como mandam as regras, de cima para baixo, e consegue inaugurar o marcador.
Os jogadores do Perolivense acusaram um pouco o golo e a equipa do Atlético ganhou confiança e qualidade na circulação de bola, dispondo de duas claras ocasiões de golo que foram negadas com excelentes intervenções do guardião da casa. Aos 63 minutos o Atlético marcou o segundo golo por intermédio de Vasco Barros, no seguimento de mais uma assistência de Rui Pereira e, praticamente, sentenciou o encontro.
Até ao final da partida, os forasteiros geriram o encontro a seu prazer, tendo conseguido anular a reação dos homens da casa que já mais com a cabeça do que com discernimento tentavam chegar ao golo que lhes permitisse voltar a discutir o resultado.
Vitória importante da equipa do Atlético que lhe permitiu continuar na liderança da prova antes de receber o Juventude de Évora. Uma palavra de apreço e consideração para o guardião Panaça que não obstante ter perdido o avô na noite anterior ao encontro mostrou todo o seu profissionalismo ao ter estado presente no jogo.
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